16 de maio de 2014

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MIA CULPA


Um projeto de Hank Moody, misantropo e anti-social, bebericando o absinto no cálice oferecido pelo demônio e dançando valsa nos salões do inferno. Sou um furacão temperado com caos, mas no final até que sou bem interessante. O absinto faz o coração querer mais.

Para Srta. Smurf Chapada. Minha audaciosa (e estúpida) aposta.
 

Anjos e Demônios arruinando-se no Rio de janeiro.

No meio dessa dilaceração de sentimentos roubados, estamos todos nós. Brinquedos do destino comandados por porcos sem asas. Macacos rindo de máquinas belgas, querendo mais um pedaço de chocolate e algum meio de atender ao apelo desesperado da libido.

Estou te escrevendo uma carta, uma arte perdida. Que você e eu tínhamos uma afinidade maior. Era isso de uma obviedade indecente.

O que sou eu?


Eu vi quem você era. Uma prisioneira da própria vontade, cercada por grades de costelas e egoísmo temperado a vasta ignorância. Talentos adormecidos que nunca iriam ser testados, ampliados ou usados. Alguém deveria ajudá-la... Eu poderia, eu fiz. O inconsequente autodestrutivo, usuário ativo das mais absurdas idiossincrasias.

Deixando claro que, eu nunca movi um dedo para isso. Você veio até mim. Mais de uma vez.

Eu queria ensiná-la, torná-la mais forte, esperta, inteligente, bonita e poderosa. Ensiná-la a viajar no acorde mais fodido de algum solo de Neil Young. A doce arte da manipulação e aprimorar seu sarcasmo. A ver a vida pelo paradigma que eu vejo. Nada que não fosse do seu desejo. O tempo é só uma questão de ponto de vista. Iria mostrá-la o interessante equilibro, é o destino que escreve “FADE IN:” na folha do roteiro das nossas vidas em sua maldita e velha graciosa maquina de escrever. Mas somos nós que preenchemos o resto dessas páginas. As páginas em branco.

A vida é uma prostituta ébria, ingrata e mal paga. Viramos jogadores de um sádico jogo do destino, devastador e quebrador de ossos. Tão poderoso que todos caímos. Muitos desistiram e se curvaram a ele. 

Eu fiquei no chão... Alimentando-me de palavras e visões, sonhos e uísque. A desistência me seduzia como uma prostituta de luxo especialista no oral. My my, Hey hey... eu sabia que o Rock´n roll nunca morreria. Eu aceitei toda a dor e por momentos pensei que não resistiria... meu coração bateu fora do meu peito e foi demais para suportar. Tudo foi tirado de mim. Sentia-me como se Deus tivesse comido meu rabo e gozado na minha cara, mandado eu engolir e lustrar as bolas celestiais.

Mas eu continuei. Com tudo dando errado, sendo torturado das maneiras mais cruéis, eu continuei. Com a graciosidade de um porco no matadouro. E o que eu te ofereci? O que eu ofereci a vocês dois? Tudo o que a mente insana e cega daquele ciclope tricéfalo do Victor negava para si mesmo. Preferiu acreditar que eu sou melhor, que quero tirar tudo dele, que queria tirá-la dele. Pobre. Chegou ao grau de insanidade. Paranoia. Ele precisa de ajuda. Espero que ele leia isso aqui. Nos meus sonhos de vitória ele sempre esteve ao meu lado.

Ele mudou o caminho de algumas pessoas com as escolhas dele. Mas é isso você ainda tinha a sua. E o que escolheu? Eu. Escolheu ficar ao meu lado. Um dia você me perguntou: “Você não gosta de contato nenhum com as pessoas né? Porque não olha para mim.” Era porque eu te via melhor sem olhar. E você me olhava como um pisciano. Querendo aprender, desesperada para respirar e aprender. Mas em algum momento você desistiu. O jogo era pesado demais, só que isso não é desculpa. Te ofereci tudo o que queria, só precisava esperar.

No final apenas eu venci o teste do tempo. Se conseguisse esperar e resistir até agora. Junto de mim, na minha equipe, aonde eu te coloquei... Teria tudo o que desejou, em 07 dias contando partir de hoje, conheceria tudo o que queria, dançaria todas as músicas que desejou, leria as palavras que lhe confortariam, excitariam e interessariam. E quando se olhasse no espelho, iria xingar seus olhos mentirosos, pois não acreditaria na beleza que veria.

Mas você, pois tudo para o inferno. Você foi covarde.

E você me pergunta: “lha,eu devo realmente ter algum problema sério em falar com alguém que tentou me ferrar,mas sinceramente não consigo evitar. Mas..você pode me responder oque pretendia com isso?” O que eu pretendia? O maluco pretendia contratar pessoas para fazer algumas marcas em meu belo rosto... Eu sentia isso, a voz que fala comigo me prevenia o tempo inteiro. Eu fui até ele, conversei com ele, mais uma vez contando apenas a verdade. Não sei se ele me ouviu ou não, mas...
E você se mostra – além de covarde – hipócrita. Você contou a ele de quando eu liguei para sua casa. O único que nunca “tentou te ferrar” fui eu (!). Mas você trocou tudo isso, lealdade não é importante não?

Sinceramente, se você é híbrida ou não... Juro-te eu não sei. Mas o que você é eu sei. Uma fraca. Uma vampira sugadora de sonhos. O que mais me causou repulsa... Vendeu-se por pouco, 0,6% a mais de liberdade inconsequente. Está feliz agora? Porque não faz ideia de como estaria em uma semana. E se ele te contar que Anita fez o mesmo, mesmo fazendo a escolha igual a sua – morrer por tudo que havia conhecido – ela é forte, o suficiente para fazer isso longe de mim e não mais me olhar enquanto comete o maior erro da vida: A morte. Ela me orgulha mesmo me decepcionando, aquele paradoxo ambulante, afinal, ela é Híbrida.

Espero deixar claro que precisando de ajuda como hoje, não venha a mim, pois não tenho essa obrigação nem desejo de cuidar de você, você prefere pessoas não te enchendo o saco...
L'hybride ne peut pas se contrôler
Les pensées qui glacent la raison


Tenha uma boa vida.
Tente ser feliz com ele.
Tente ser feliz.




26 de outubro de 2011.

Thiago Ferraro.




 








     

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